quarta-feira, 16 de junho de 2010


Naquele dia

Morri,
Perdi-me
De mim,
Perdi
A minha doce
Inocência
Quando me arrancaste
Dos braços
Protectores
Da minha ingenuidade,

Perdi
A vontade de viver,
Tornei-me sombra,
Vagueando
Pelo mundo
Em busca de alguém
Capaz de ler
O segredo
Escondido
Em mim,

Mas nunca
Encontrei esse alguém,
Nunca
Achei a mão
Amiga,
Reconfortante
E segura
Da compreensão.

Acordei um dia
Sozinha,
Limpei as lágrimas,
Enterrei
As lembranças
No sitio
Mais profundo
De meu ser
E segui em frente,

Pensei
Que fechar
E esconder
A memória
Daquele dia
Era suficiente
Para conseguir
Prosseguir,

Mas cedo
Percebi,
Que por mais que negasse,
A minha mente,
Cruél,
Sempre me forçaria
A recordar
Todos os frames
Daquele
Que foi o pior
Dia da minha vida,

Hoje,
Percebo
Que por muito
Que se tente,
Não se controla
A mente,
Aprende-se
Apenas a viver
Com as memórias
E a enfrentar os medos.

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